Detentos de Pouso Alegre recebem atendimento voluntário de estudantes de Medicina

Crédito: Divulgação/Seap
Todas as quintas-feiras, das 13h às 18h, o professor universitário e médico infectologista Manoel Francisco de Paiva leva seus alunos do curso de Medicina para atender detentos no Presídio de Pouso Alegre. Sob sua orientação, os alunos atuam em diversas áreas, desde consultas, pequenas cirurgias, atendimento ginecológico e palestras educativas.

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O trabalho de estágio supervisionado amplia os serviços de saúde ofertados na unidade prisional, que conta com três técnicos em Enfermagem; um clínico geral da Prefeitura de Pouso Alegre, que atende às segundas-feiras; e ainda os hospitais públicos e postos de saúde, para onde os detentos podem ser escoltados em casos de maior complexidade.



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“São nítidos os resultados positivos deste trabalho. É bom para todo mundo: detentos, estudantes, sistema prisional e serviços públicos de saúde. A equipe médica promove não somente o tratamento, mas a prevenção de muitas doenças, especialmente pelo acompanhamento preventivo constante e pelas ações educativas”, explica o diretor de Atendimento do Presídio de Pouso Alegre, Heitor de Freitas Cunha.


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A iniciativa do médico Manoel Francisco de Paiva está completando 13 anos, por isso a direção geral do presídio promoveu uma homenagem ao médico, agraciando-o com o título de Amigo do Presídio de Pouso Alegre.


“Além da assistência aos internos, o Dr. Manoel acompanha de perto a saúde de servidores, que o têm como um verdadeiro amigo”, ressalta Cunha.

O trabalho é feito por estudantes do 4º ano que cursam a disciplina Doenças Infectocontagiosas, da Faculdade de Ciências da Saúde, da Universidade do Vale do Sapucaí (Univás), localizada no município de Pouso Alegre.

A cada cinco semanas, um grupo de 12 alunos se reveza no atendimento de homens e mulheres, nas seis salas da área de saúde do Presídio de Pouso Alegre. A cada quinta-feira cerca de 70 presos recebem os atendimentos.

Dedicação
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O trabalho do médico Manoel Francisco de Paiva com os detentos teve início em 2006, ainda na Cadeia Pública da cidade, antes mesmo da inauguração do Presídio de Pouso Alegre, realizada em 2009.

Hoje, ele é chamado carinhosamente pelos presos de Dr. Drauzio Varella, em referência ao médico que durante mais de dez anos atendeu voluntariamente na antiga Casa de Detenção de São Paulo, o Carandiru.

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“Este trabalho é muito importante, pois as pessoas encarceradas precisam de um suporte. Entramos no presídio com prazer e saímos com a sensação de um dever executado”, relata o Dr. Manoel Francisco de Paiva, que tem 70 anos.

Graças principalmente ao atendimento dos estudantes de Medicina, o Presídio de Pouso Alegre conquistou o terceiro lugar, em 2018, no ranking de saúde das unidades prisionais de Minas Gerais, estabelecido pela Diretoria de Atenção à Saúde e Atendimento Psicossocial, da Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap).

Aprendizado

Antônio Pedro Pereira, 23 anos, é um dos alunos da equipe da disciplina Doenças Infectocontagiosas, e está na terceira quinta-feira de atendimentos no presídio. Ele conta ter ficado um pouco inseguro, quando soube do estágio na unidade prisional, mas agora já considera a melhor experiência acadêmica do 4º ano da faculdade.

Para o estudante, a possibilidade de colocar em prática os conhecimentos adquiridos é de grande relevância, junto com a possibilidade de prestar um serviço de saúde devidamente orientado pelo professor. “Há, no entanto, algo bem maior revelado pelas inúmeras histórias de vida das pessoas detidas. Saímos dos nossos casulos ou zonas de conforto, e descobrimos a necessidade de não fazer julgamentos das pessoas ao exercer a Medicina”. 
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